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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Veto a ISS faz Ribeirão perder incentivos federais

Reportagem: http://www.jornalacidade.com.br/politica/NOT,2,2,860168,Veto%20a%20ISS%20faz%20Ribeirao%20perder%20incentivos%20federais.aspx

Ribeirão Preto pode ficar de fora do Reitup (Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros), por não ter aprovado a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) para as empresas do setor do transporte coletivo. A inclusão do município nesse regime poderia fazer com que a tarifa caísse para R$ 2,35.

A redução ou, até mesmo, a isenção) são requisitos para qualquer município conseguir tarifas de ônibus mais baixas, através da ampliação de benefícios fiscais às empresas. 

Nesta quinta-feira (4), a Câmara de Ribeirão Preto acatou parecer da Comissão de Legislação e Justiça que considerou ilegal a redução do imposto, por tratar-se de renúncia de receita.

Assim, mesmo que o Reitup (projeto de lei 310/2009) seja aprovado na Câmara Federal e sancionado pela presidente Dilma Rousseff (PT), Ribeirão Preto fica fora dele.

Para o superintendente da Transerp (Empresa de Transporte e Trânsito de Ribeirão Preto), Willian Latuf, Ribeirão Preto vai na contramão do restante do Brasil. “São Paulo já dá isenção de ISS ao transporte. O governo federal acabou de fazer o mesmo com o PIS [Programa de Integração Social] e Cofins [Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social]”, falou Latuf.

Além do ISS, as empresas também pagam ao município uma taxa de gerenciamento e fiscalização. No entanto, na semana passada, Latuf afirmou que a Transerp não tem como abrir mão dela. “Somos uma empresa de economia mista e não recebemos dinheiro da prefeitura. Por isso, a taxa de gerenciamento é vital”, explicou.

A reportagem enviou e-mail a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da prefeitura questionando o que seria feito em relação à isenção de ISS, mas não obteve resposta. O jornal também procurou o vereador Walter Gomes (PR), presidente da Comissão de Justiça, mas ele não atendeu o celular.

Tarifa poderia ser de R$ 2,35

Caso o Reitup seja aprovado na Câmara dos Deputados e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, a inclusão de Ribeirão Preto no programa poderia fazer com que a tarifa por passageiro no transporte coletivo local caísse para R$ 2,35. O valor é bastante inferior ao que pede o Movimento Passe Livre (MPL), de R$ 2,60.

A queda de R$ 0,45 poderia ocorrer pela aplicação sucessiva dos benefícios. Hoje, os R$ 2,80 pagos em Ribeirão já são consequência da isenção do PIS/Cofins do governo federal, que fez os R$ 2,90 de então caírem R$ 0,10.

Segundo a assessoria do Senado, a adesão ao Reitup pode significar decréscimo 15% na tarifa de R$ 2,80, ou seja, cerca de R$ 0,40. Com isso, a passagem passaria a custar cerca de R$ 2,40.

A esse valor, poderia incidir ainda a isenção do ISS (Imposto sobre Serviços) que, segundo a Transerp, poderia baixar a tarifa em mais R$ 0,05, fazendo com que pudesse ficar em R$ 2,35.

Advogado contesta lei

Segundo o advogado Marco Aurélio Damião, especialista em administração pública, a prefeita Dárcy Vera pode reapresentar o projeto de isenção do ISS quando quiser.

Isso porque, para ele, existe conflito entre o parágrafo 2º, do artigo 45, da Lei Orgânica do Município (LOM) e o artigo 67 da Constituição Federal. As normas municipais apontam que a prefeita Dárcy Vera poderia reapresentar o projeto de isenção do ISS quando quiser.

O especialista alerta, porém, que pelas regras federais, a matéria só poderia ser colocada em votação no Legislativo com a permissão da maioria absoluta dos parlamentares da Casa de Leis (12 vereadores).

“Em minha opinião, a Lei Orgânica do Município é inconstitucional, por desatender à regra do processo legislativo contida na Constituição Federal. Essa lei obriga à anuência expressa da maioria absoluta dos membros da Casa Legislativa”, explicou Marco Aurélio Damião.





Movimento Passe Livre Ribeirão Preto - Nota sobre reportagem do Jornal A Cidade

O ISS E A PERDA DE RECURSOS DO GOVERNO FEDERAL:

Recentemente, uma matéria divulgada pelo jornal "A Cidade" sustenta a hipótese de que Ribeirão Preto fora excluída do processo de participação do REITUP (Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros) "por não ter aprovado a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) para as empresas do setor do transporte coletivo", indicando, ainda, que "a inclusão do município nesse regime poderia fazer com que a tarifa caísse para R$ 2,35". Tal texto provocou uma série de conclusões equivocadas e inverdades que cabem nesta nota esclarecimentos.

Tal regime (REITUP) ainda não foi instituído, de modo que é enganosa a ideia de que "Ribeirão Preto perdeu incentivos federais". Conforme prevê o projeto de lei (PLC n. 310/2009) que cria o REITUP, quando ele for instituído será firmado convênio entre a União e os Municípios interessados em participar, prevendo as contrapartidas mínimas dos municípios (artigo 2, I, a). Antes do convênio, é impossível prever quais serão as regras para participar do regime. O que é possível saber desde já é que o projeto fala em "redução, isenção ou não incidência de tributos municipais" (artigo 2, I, a, 1), e o ISS é apenas um desses tributos. Não há nada no projeto que indique a obrigatoriedade da isenção do ISS pelos Municípios, tornando enganosa a notícia veiculada pelo jornal "A Cidade". É importante deixar claro que nós do Movimento Passe Livre de Ribeirão Preto, estamos analisando a realidade das políticas públicas desenvolvidas pela administração desta cidade de um outro viés ideológico: "O QUESTIONAMENTO DA ALTA LUCRATIVIDADE DAS EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO".

A proposta do movimento é amparar a diminuição da tarifa na diminuição dos lucros dessas empresas, e foi por isso que reivindicamos transparência e acesso às contas da concessionária. Há aí um interessante grau de radicalidade política (no sentido etimológico, de ir às raízes). A isenção tributária pode ser uma medida acessória, mas enquanto não passarmos a questionar os altos lucros das grandes empresas, e o próprio modelo de gestão e financiamento do transporte público, não alteraremos a dinâmica socioeconômica da nossa realidade política. Até quando vamos tolerar que as concessionárias de serviços públicos lucrem milhões? Até quando vamos tolerar serviços de baixa qualidade no transporte municipal e na coleta de lixo?

A redução da tarifa baseada na desoneração de impostos, importante fonte de receita do Poder Público, é uma medida superficial que não altera em nada a gestão e o financiamento do transporte público. Apesar da redução significativa que a tarifa poderia sofrer a curto prazo, a médio/longo prazo seu valor voltaria a subir, gerando os mesmos problemas atuais. A desoneração é uma política que, apesar de apresentar-se como milagrosa, é a antessala para uma catástrofe, uma vez que além de diminuir a receita do Estado, não garante melhorias no transporte público e nem uma maior democratização do acesso à cidade.

Planilha do valor da tarifa do transporte público em RP

O abacaxi da planilha - por Murilo Pinheiro (REVIDE)

Postado em 11 de Julho de 2013 às 16:07 na categoria Venenos e Antídotos
Quanto seria o valor da tarifa para oferecer um serviço de qualidade à população, permitindo que as permissionárias tenham uma rentabilidade que não seja abusiva, mas que ao mesmo tempo contemple a realização de novos investimentos?
R$ 2,00, R$ 2,60 e R$ 2,75 ou R$ 2,90? Os estudantes não pagam passagem em Ribeirão Preto. A lucravitidade das empresas de ônibus, das empresas de pedágio e de tantas outras prestadoras de serviço da administração pública, historicamente, sempre foi uma caixa-preta. Os vereadores de Ribeirão Preto não aprovaram a redução da tarifa com a isenção do Imposto Sobre Serviço (ISS). Pressionada, a Prefeitura de Ribeirão Preto entregou aos vereadores, na Câmara Municipal, a planilha de custos do transporte coletivo urbano, bem como o contrato da concessão com o Consórcio PróUrbano. O promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio Silveira, solicitou que os custos fossem analisados pelo professor André Costa da FEA/USP.

domingo, 14 de julho de 2013

Entenda o Projeto de Lei Tarifa Zero





Publicado em 12/07/2013
www.tarifazerosp.net/participe

Produção coletiva de vídeo realizada pelo Projeto Cala-boca já morreu e pelo Coletivo EntreLinhas, como colaboração para a Campanha Tarifa Zero.

São Paulo, julho de 2013

Trilha sonora: Samambaia (Pipo Pegoraro/Kika)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Situação do transporte coletivo

A TRANSERP é o órgão público responsável pelas políticas de transporte e mobilidade do município de Ribeirão Preto. O Consórcio Pró-Urbana é o vencedor da licitação que permite ao grupo de empresas (quatro) explorarem o transporte público do município. As empresas cobram tarifa dos usuários que, por meio desse pagamento, desejam receber um serviço de qualidade, eficiente e seguro de transporte público.

O sistema de transporte é elaborado pela TRANSERP. Já a operação privatizada (exploração no período de 2013 até 2032), é feita pelo grupo de empresas denominado Pró-Urbano.

Inicialmente, “a integração será feita por todos, que pagarão a mesma tarifa (única, de R$ 2,70)”. Essa era a proposta. Porém, o valor inicial adotado em 2013 foi de R$ 2,90. A Prefeitura, como estratégia política, “forneceu” a gratuidade aos estudantes de escolas públicas. A palavra forneceu aparece entre aspas porque a Prefeitura aceitou que parte do investimento inicial que o consórcio deveria aplicar no município fosse simplesmente trocado para garantir essa gratuidade. Ou seja, em um momento oportuno, eleitoral, garantiu para um único ano a gratuidade prejudicando a todos que utilizam do transporte público no momento em que prioriza e classifica um grupo de pessoas: os estudantes. Talvez, e mais correto, seria o caso de cumprir com o valor citado inicialmente de R$ 2,70, pois, o que garante que esses R$ 0,20 não estariam cobrindo essa gratuidade, ou mesmo o futuro dessa gratuidade? É uma questão a se pensar!

Contudo, vieram os protestos. Nesse ano, de 2013, o aumento da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo levou milhares de pessoas às ruas. Essa foi uma convocação do MPL (Movimento Passe Livre) que conseguiu reunir toda a população que estava insatisfeita não somente com o serviço oferecido de transporte, mas, de modo geral, com a forma de governar o país. Estamos vivenciando um momento de reflexão sobre a gestão pública, dos impostos e gastos do nosso dinheiro, dos investimentos em setores que não serão aproveitados futuramente, uma reflexão sobre reformas, profundas reformas que o país necessita passar!

Diante disso, os manifestantes, com o apoio e organização do MPL de Ribeirão Preto, vêm constantemente lutando pelos seus direitos para ter um transporte público de qualidade a um preço justo. Nesse momento, o preço da tarifa diminuiu R$ 0,10 pelo fato do Governo Federal se abdicar de certos impostos como uma tentativa de diminuir os protestos pelo Brasil, principalmente em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Mas, para os manifestantes, as empresas, pelo momento econômico que o país passa, precisam ser afetadas também. Nesse momento, a Câmara Municipal é o alvo, considerando que é o órgão que pode abrir uma CPI para investigar, junto ao Ministério Público, o orçamento e o faturamento dessas empresas no nosso município.



Manifestantes acampados em frente da Prefeitura!



Panfleto distribuído para a população.




Gráfico sobre a evolução da tarifa.