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quinta-feira, 18 de março de 2010

Comissão Especial de Estudos do Trânsito: as 58 reivindicações dos 40 participantes da audiência pública


Por meio do jornal A Cidade (12/03/2010), ficamos sabendo, após a audiência pública, que os moradores que ali estiveram produziram uma lista genérica de propostas para o trânsito de Ribeirão Preto; cerca de 40 pessoas participaram da audiência.

Primeiro gostaria de parabenizar o jornal que divulgou a matéria na sessão Política, pois o transporte e o trânsito é, antes de tudo, político. Essa máxima é um dos vários de nossos princípios (que numa nova oportunidade será colocado no blog). Segundo, gostaria de sugerir a Câmara a divulgação dessas audiências, pois queria participar da audiência e para isso preciso ser informado sobre sua existência, como morador de Ribeirão Preto. No site da Câmara Municipal não consta nenhuma Comissão Especial de Estudos do Trânsito. De acordo com o jornal A Cidade, na mesma matéria, o presidente é o senhor Samuel Zanferdini.

O nosso município tem um atraso gritante quando o assunto é a Mobilidade Urbana, comprovado pela presença do COMUR (Conselho Municipal de Urbanismo) em defesa de uma mobilidade melhor para o município. Não desmerecendo esse conselho, mas para um município com mais de 500 mil habitantes é uma obrigação ter um conselho específico para tratar de assuntos sobre o trânsito e o transporte, além de ter que fazer urgentemente o Plano Diretor de Mobilidade (PlanMob), obrigado pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01) e enfatizado pelo Ministério das Cidades. De acordo com o IBGE – Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística, o município de Ribeirão Preto possui mais de 500 mil habitantes desde 2001, mesmo ano da aprovação do Estatuto o que significa um atraso de nove anos a partir da publicação da Lei.

Na defesa do transporte público, o senhor Fernando Freire, presidente do COMUR, disse que “quando se fala em trânsito só pensamos em via e automóveis. Nós esquecemos de investir no transporte urbano para que as pessoas tenham prazer em usar os ônibus”. É preciso entender que a Mobilidade Urbana não é feita apenas pela promoção e melhoramento do transporte público; essa é uma das várias alternativa de transporte que a pessoa pode ter para realizar o seu deslocamento, mas também pode usar a bicicleta ou mesmo as pernas, se o desejo é fazer uma caminhada ou atividade física. Assim, é preciso melhorar a infra-estrutura para todos os tipos de veículos, priorizando os mais frágeis, baratos e democráticos. Diante disso, o transporte público deve ser priorizado em relação ao uso dos automóveis, principalmente na área central que possui uma malha viária antiga. E, a prioridade máxima na área central deve ser do pedestre, dificultando a entrada e passagem dos automóveis.

Baseando-me nesse pequeno relato e no conceito de Mobilidade Urbana Sustentável, a partir de agora vou colocar abaixo as 58 reivindicações e posteriormente, em um novo texto, farei críticas como um pesquisador do assunto, classificando-as dentro de temas específicos para não ficar exposto como uma lista genérica.

Lista das reivindicações*
(*o uso da palavra reivindicação é pelo motivo de ora ser propostas, ora reclamações, assim não há uma coerência ou mesmo uma classificação, mais parecendo um “listão” genérico)

- Terminal intermodal de carga
- Ônibus inteligente, prioridade aos usuários vulneráveis
- Trilhos existentes VLT
- Horários de ônibus diferentes durante a semana e final de semana - Corujão da madrugada que cobre 2 linhas também aos finais de semana
- Abrigos de ônibus mais confortáveis
- Manutenção nas vias publicas, recuperação e reparo de buracos
- Ônibus conjugados, bi-articulados
- Ônibus com ar-condicionado
- Prioridade ao usuário humano
- Proibição de estacionamento na faixa de parada de ônibus
- Lombada eletrônica
- Via exclusiva de ônibus
- Faixas na Fiúsa com novos bairros
- Míni-terminal na Mariana Junqueira (CPFL)
- Implantar sistema de semáforo semelhante ao que foi implantado na cidade de Brusque- SC
- Não manutenção nas vias em horário comercial
- Nas principais avenidas colocar placas orientando motociclistas onde podem transitar
- Campanha para convivência de motos, automóveis e pedestres
- Proibir as conversões à esquerda entre a Rua Floriano Peixoto e Visconde de Inhaúma
- Conversão à esquerda nas avenidas - só permitir onde o canteiro central permitir que seja feito o recuo no mínimo de 50 metros
- Semáforo com vermelho geral, com tempo para o pedestre
- Controle das motos, prevenção de acidentes e vítimas
- Implantação de ciclovias
- Linhas grandes circulares, proposta de 93, com folheto em 96: proposta da Transerp
- Ponto de parada do corujão, que não vai até a rodoviária
- Míni-rodoviária Jd. Paulista - local inadequado em uma via de mão única
- Localização inadequada da rodoviária - 2 terminais rodoviários - no local somente suburbanos
- Incluir exigência das normas da ABNT na Licitação do Transporte Coletivo
- Rodízio e fiscalização como solução para o trânsito
- Dados qualitativos já existentes nos B.O’s da PM
- Maior demanda de tempo nas ocorrências devido à nova exigência do Contran para preenchimento de planilha de avarias e danos no veículo
- Políticas de trânsito e transporte são específicas e não estão incluídas diretamente na discussão do plano diretor - que é genérico
- Colocar em cada semáforo um número para identificação para informar eventuais defeitos, acidentes etc..
-  Secretaria de transportes
- Mapeamento de pontos críticos de travessia para pedestres
- Travessia de pedestres na rotatória Castelo Branco x 13 de Maio
- Regras de trânsito e punição para ciclistas, emplacamento e identificação de ciclistas, farol à noite (previsto no CTB, mas aguardando regulamentação).
- Semáforo com botoeira e melhorias em frente ao Centro Cultural dos Campos Elíseos, Cap.Salomão , antiga Coonai - 1000 crianças
- Buraco, Dino Martinelli x Carvalho Pereira - Simioni
- Divulgar número com três dígitos para avisar a Transerp sobre buracos nas ruas
- Abertura da Rua Rio Verde e Rio Maroni no bairro Presidente Dutra com a Lafayete Costa Couto interrompidas pela linha de trem, facilitará o acesso à Via Norte
- Não deixar os radares sozinhos, os marronzinhos devem trabalhar em dupla
- Aumento de passagem de ônibus rodoviários pela Rua Florêncio de Abreu, principalmente advindos de São Carlos e Araraquara, da Viação Cruz e outros
- Ônibus de estudantes de outras cidades que circulam pelo Centro para deixar estudantes
- Rua São Sebastião no trecho Visconde de Inhaúma e Álvares Cabral - tirar estacionamento de um dos lados
- Muitos pontos de embarque e desembarque no Centro
- Autorização de estacionamento somente de um lado da via pública
- Não permitir estacionamento onde a via pública é pequena
- Vedar estacionamento 20 metros antes e 20 metros depois das paradas de ônibus para fluir o trânsito
- Aumentar a frota de coletivo e melhorar a qualidade
- Sincronizar os semáforos - "onda verde"
- Tirar pessoas que abordam motoristas dos semáforos
- Implantar zona azul eletrônica
- Regularizar os rebaixamento de sarjetas - existem quarteirões inteiros com guias rebaixadas
- Sinalizar com placa Pare ou Reduza a Velocidade para quem está na vicinal da Av. Castelo Branco e quem entra na avenida e vice-versa
- Avenida Dom Pedro colocar mureta no meio da avenida
- Proibir estacionamento na Av. Dom Pedro
- Muitos pontos de embarque e desembarque no Centro
- Duplicação da Avenida Caramuru até o anel viário Contorno Sul

3 comentários:

  1. Olá André! Foi muito interessante a matéria sobre as reivindicações em relação ao transito do município de Ribeirão Preto, não há com questionar, as exigências são coerentes, porém, é bom lembrar que o estrangulamento ocorre com maior intensidade dentro do quadrilátero central. No entanto, dentro desses limites, cabe tomar algumas medidas; priorizar a circulação do transporte coletivo urbano (ônibus), restringindo que carros e motos estacionem em vias de circulação de ônibus, pois são vias que devem ser consideradas expressas, e os veículos encostados em suas margens provocam o afunilamento, congestionando o trânsito.
    Como o blog, sobre mobilidade urbana não está somente restrita nas ruas e avenidas, as estruturas das calçadas também devem ser pensadas, por exemplo: dentro do quadrilátero central, muitas dessas calçadas se tornaram ponto de ônibus, então, a organização de filas é fundamental, para poder adequar o espaço aos pedestres em circulação. É muito importante refletir sobre a adequação do espaço urbano, pois vai além do velho clichê do bom senso, pois é essencial que haja políticas e fiscalizações constantes.
    Quantas vezes eu já tive que driblar coágulos humanos nos pontos de ônibus para prosseguir minha caminhada, perdi as contas, sem contar os ambulantes, algumas placas e outros objetos colocados pelos comerciantes e prestadores de serviços, nas vias de pedestre, a calçada. Bom, morei trinta anos no município Ribeirão Preto, e sempre me interessei sobre as questões urbanas, e me preocupo com a mobilidade na região central da cidade, que há tempos vive em situação preocupante.

    Lincoln Barros, professor

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  2. Excelente a iniciativa deste blog para discutir as questões do trânsito de nossa cidade.
    A príncipio me assustei com o título da postagem. Cinquenta e oito sinalizações para quarenta participantes demonstra que o nosso sistema de trânsito está aquém do que esperamos e queremos.
    Estas 'reivindicações' merecem ser analisadas com uma ampla discussão em benefício da maioria da população.

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  3. André, com toda certeza, trata-se de um importante espaço que, penso eu, deva ser democratizado no sentido de permitir não somente aos cidadãos de bem o acesso a estas informações, mas também, aos nossos representantes públicos para que este incluam em sua pauta de objetivos e estratégias para 2010 as considerações acima.
    Forte abraço.

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